Cientistas desenvolveram escala para avaliar a dor.
Redação do Diário da Saúde
O que significa "está doendo"?
"Dói aqui?"
Só não ouviu esta pergunta quem nunca foi ao médico. O problema é que há pelo menos 100 formas de responder esta questão, pelo menos 100 formas de dizer como dói.
O doer, qualquer que seja a forma ou a intensidade que a dor assuma individualmente, é um dos mais importantes sintomas que os pesquisadores medem quando estão tentando diagnosticar o problema de um paciente ou acompanhar se um tratamento está dando certo.
Afinal, o que significa "está doendo?" Significa que a pessoa sente muita dor quando tenta tirar as compras do carro? Que ela está se sentindo deprimida demais para sair com um amigo? Ou que está sentindo a falta de alguém?
Dor, fadiga, depressão e ansiedade
O Dr. David Cella, da Universidade Northwestern (EUA), agora está finalizando uma escala capaz de sistematizar a linguagem da dor, da fadiga, da depressão e da ansiedade.
Um dos grandes problemas é que cada cientista pergunta sobre a dor de uma forma diferente, o que torna muito difícil comparar as respostas. Com isto, os médicos não têm como decidir qual é a melhor conclusão científica para lidar com um dado problema. E os estudos científicos tornam-se de pouca serventia prática.
"Você pode imaginar se um médico quisesse medir sua hemoglobina e não houvesse números para indicar se ela está normal ou não? Quando você diz que a hemoglobina de um paciente é 11, todo o mundo sabe o que isso significa, mas ninguém sabe o que uma dor igual a 36 significa, uma fadiga 32, porque não não usamos medidas comuns," diz Cella.
Qualquer que seja a forma ou a intensidade que a dor assuma individualmente, é um dos mais importantes sintomas que os pesquisadores medem quando estão tentando diagnosticar o problema de um paciente ou acompanhar se um tratamento está dando certo. |
Escala de dores
Cella e seus colegas, de seis instituições diferentes, vão divulgar sua escala de dores neste mês de Agosto. Os testes computadorizados serão disponibilizados gratuitamente e poderão ser utilizados para medir dor, fadiga, depressão, ansiedade e disposição física e social.
Agora, quando um cientista ou médico dizer que um paciente tem uma dor igual a 75, todos entenderão e poderão comparar com outros pacientes. Mais de 1.000 cientistas do mundo todo já se inscreveram para testar a nova escala, chamada PROMIS (Patient-Reported Outcome Measurement Information System).
"A fim de ter um sistema que funcione da forma que você necessita, você precisa de uma medida consistente dos resultados que as pessoas possam entender e à qual eles possam se referir. Foi isso o que desenvolvemos," explica Cella.
Medicina do viver melhor
Segundo o pesquisador, a falta de uma linguagem comum para a dor tem impedido a migração de resultados das pesquisas para um uso clínico mais geral. "Nós precisamos ficar aprendendo as mesmas coisas de novo e de novo. Assim não estamos construindo uma base de conhecimento," diz ele.
Com a nova escala, os pesquisadores acreditam que a medicina poderá finalmente partir para um objetivo mais amplo,no qual não interessará apenas fazer com que as pessoas vivam mais, mas que elas vivam melhor - e não apenas no discurso, mas sabendo como fazer isso na prática.
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